Comunico aos amigos
motociclista, que desde o dia 24 de março de 2013, solicitei meu
desligamento do MOTOCLUBE TIGRES DO ASFALTO, por motivos internos
de desrespeito a minha pessoa e outros sócios.
Sabemos que em toda associação
sempre existem pessoas que simplesmente são do contra, as quais
são justamente aqueles que nada fazem para melhorar ou
representar a associação. No caso dos Tigres, não foi
diferente, todos sabem que nosso Motoclube sempre foi um grupo
representado, respeitado e para muitos referência, pelas
amizades, união e resoluções, visando sempre difundir a amizade
e o motociclismo.
Com o tempo, foi se manifestando,
dentre alguns, um descontentamento, tornando-os explicitamente uma
oposição a qualquer ato da diretoria ou diretorias, atualmente
do Presidente Luciano, como anteriormente a Hiroshi e Silvana,
além das minhas duas gestões, uma de 3 anos e outra de 2 anos.
Com entrada de novos sócios,
apesar de termos um sistema de admissão rígido, essas novas
aquisições foram se envolver justamente com aqueles que nunca
quiseram nada com o Motoclube, com isso causou uma divisão
interna.
Sempre procuramos manter o grupo,
buscando fórmulas no sentido de manter aquilo que criamos com
muito esforço, trabalho, viagens, mas infelizmente o problema era
pessoal e não teria fim. Na última reunião foi a "gota d
água", fui acusado, desrespeitado de todas as formas. Apesar
de ser o "PAI" do motoclube, sendo uma referência,
resolvi que não merecia ser tratado dessa forma, muito menos
merecer tal situação. Ao ver que não via solução para essa
problemática idiota, resolvi de livre e espontânea vontade me
desligar do Motoclube, depois que outros sócios como
Ridalvo/Silvana, Renato/Katia, Woodrow/Rachel, Jair/Zil, Luciano
Bronzeado/Glaucia, Eduardo e outros terem tomados também essa
decisão.
Quero comunicar a todos que para
mim nada mudou, continuarei sendo o motociclista que sou, amigo,
parceiro, viajante e participativo, só que desta vez não terei
mais a representação dos Tigres do Asfalto, mas estarei sempre
com meu espirito atento denominado TIGRE MOTOCLISTA.
Antecipadamente agradeço pela
atenção, consideração e amizade. Grande abraço.
Vavá - Wagner Campêlo
EX-Embaixador Tigres do Asfalto
BRAZIL RIDER
wcampelos@hotmail.com
(Em homenagem a Francisco de
Assis, morto no dia 12 de março de 2013 na cidade de Currais
Novos-RN e à memória de todos os motociclistas mortos nas
estradas)
Acordei cedo naquela manhã. Era
um domingo sem graça. Amarrei minha bagagem na rabeira da moto.
Mal tomei o desjejum... Queria chegar logo em casa. Eu tinha por
quem voltar. Despedi-me dos amigos e arranquei. A poucos
quilômetros dali teria um encontro com o destino. “O que então
esperar para si mesmo, quando os melhores sofrem calamidades
horríveis?”
A cada troca de marcha, as
imagens ficavam para trás. Os segundos vencidos eram prenúncios.
Não sei bem o que aconteceu... Foi tudo tão rápido. O certo é
que morri naquela curva. Porém, não elejo culpados. “A vida
divide-se em três etapas: o que se foi; o que está ai; e o que
será. Dessas três a que vivemos é a mais breve. A vindoura é
duvidosa. A vivida é certa, mas irrevogável. Contra essa última
a fortuna perdeu todos os seus direitos, já que não consegue que
seu arbítrio possa recuperá-la”.
Meu corpo envolto num pano
qualquer, sob os olhares atônitos dos que passavam na rodovia.
Nada mais podia ser feito. Porém, as preces silenciosas aliviaram
meu sofrimento - Que já não era de dor. De que valem os anos?
Difícil saber a quem eu fiz feliz. Pedir perdão assim é muito
cômodo. Vocês, pelo menos, ainda têm a si mesmos por
testemunhas. Eu não tenho mais tempo. “Não é que temos tempo
exíguo. O problema e que perdemos muito dele”.
Mesmo sabendo ser difícil, a
morte é o melhor dos planos. Queria ter tido a chance de me
despedir do mundo com suas figuras paradisíacas e de engodo. “Então,
agora, enquanto sentes o calor de teu sangue, que teu viver
volte-se para essas realidades deslumbrantes”.
Que cada um de vocês carregue no
colete, no brasão ou na bandeira, quiçá no coração, um
símbolo de luto eterno, em respeito aos que se foram primeiro.
Pois, “Os mortos revivem na medida em que se fazem presentes na
lembrança e na saudade dos amigos”.
Quem dera os nossos encontros
servissem também de retiro espiritual, para entendermos os
desígnios de Deus. Assim, tocados, imagino, teríamos mais
prudência. O que mais mata é achar que não vai acontecer
conosco. Agora sou apenas uma cruz à beira do caminho “na
serena tranqüilidade da natureza”.
Misael Nóbrega de Sousa
Os 40 motoclube
Patos-PB
misaeltvpb@yahoo.com.br